Feche os olhos, a boca e pare de pensar!!! Agora!!!

Estamos vivendo num momento muito estranho...
A certeza que tenho...
"Isso não vai prestar!"
Depois que asas nos deram...
Vento nos tocaram...
Anjos nos afagaram...
Mestres nos alfabetizaram...
Experiências nos politizaram...
CALAR...JAMAIS!!!
Quando se vivencia a liberdade,
difícil se deixar aprisionar!
E continuaremos ...
SERES PENSANTES E ATUANTES!
Personagens deste palco brasileiro!!!
AH! Gritar, pra se deixar ouvir!
AH! Olhos arregalar diante da injustiça!
AH! Idealizar! Criar! Crescer! Cantar!
AH! Plantar! Florir! Colher! "Maximizar" !
AH! "a priori e a posteriori"!
AH! Dialógica, antropológica, filosófica!
Que meus olhos  vejam!
Que minha boca grite sem ferir !
Que meu coração nunca pare de pulsar pelos ideais de LIBERDADE e PAZ!
PORQUE não sou... SOMOS!!!

Onde estamos e onde deveríamos estar?

Onde eu estava quando você  me chamou?
Talvez estivesse no mercado, entre carrinhos e cumprimentos, conversa "fiada" com quem encontrei...
Onde eu estava quando você me chamou?
Ainda me pergunto... sempre!!!
Talvez estivesse no portão parada vendo gente passar...
Onde eu estava quando você me chamou?
Talvez estivesse virando a esquina com sacolas, vendo carros passando... aguardando a hora de atravessar.
Onde eu estava quando você me chamou?
Talvez estivesse conversando com meu filho, rindo de alguma gracinha  que ele dizia.
Onde eu estava quando você me chamou?
E você, me chamou?
Não sei!!!
Não escutei!!!
Solucei!!!
Tarde cheguei!!!
Onde eu estava quando você me chamou?
Uma certeza tenho: Eu sempre estive contigo!!!
Estive mais horas de minha vida com você!!! Não foi com mais ninguém!!! E sei que não será!!!
E você queria que eu estivesse lá... na hora que você partiu?

Um pedaço de papel

Um pedaço de papel encontrei.

Ele estava ali, amassado.

Num canto esquecido, mas guardado.

Ao acaso eu deixei que ele amarelasse.

O envelhecimento também atinge as palavras.

Hoje eu não usaria elas mais...

Não daquele jeito, não daquela forma.

Mas num lapso, recordo de quando e como foi escrito.

Usei  o  lápis...

Que apontei várias vezes

Para ter clareza de que seria entendida

E aí me vieram diversas  opiniões

De que minhas publicações

Poderiam ser vistas por muitos,

Por milhões.

Mas, este, achado,

Amassado,

Amarelado como o passado...

Não, não ousarei publicar!

Melhor então, amassá-lo...

Talvez guardá-lo...

Não, não...

Melhor apagá-lo...

E deixá-lo ali...

Num canto esquecido...

Num pedaço de papel.

E se amanhã eu não acordar?

E se amanhã

Eu não acordar?

Um  breve descanso

Solar ou  lunar

Em qualquer lugar

Sem  me preocupar.

E se amanhã

Eu não acordar?

Lembranças de carinho

Desde o primeiro passinho

Até o abraço

Que me aqueceu

E depois desfaleceu

adormeceu ...

E se amanhã

Eu não acordar?

Vou acreditar

Encontrar

Amores, amigos, irmãos

E a luz

Me acordará

Para uma nova

E honrosa

Manhã.

E se amanhã

Eu não acordar?

Pode ser

Que o despertador

Não tocou

E o hoje

Passou...

E se amanhã

Eu não acordar?

É porque o tempo

Esse contador

Não deixou:

De marcar

De datar

De fazer

Esta aqui

Descansar!

O vento trouxe lembranças boas!

Ainda posso ouvi-los...
Estava eu em cima da laje na companhia de meus irmãos...
Éramos crianças ...
Avistávamos a casuarina... em sua beleza e magnitude...
Ventos  fortes traziam  a ponta da copa  quase até  nós...
A flexibilidade de seu trono permitia que ela retomasse ao céu sem nenhuma fissura ...
Coisa de poder, natureza e resiliência!
Lembrei-me de meu pai. ele sim sabia das coisas da fauna e da flora...
Senhor Damasceno era  um misto de  observador e protetor  da natureza.
Foram vários finais de semana em trilhas organizadas, cujo trajeto hoje está repleto de sinais de "progresso".
Tínhamos um quintal de terra batida, um jardim com gramado, plantas frutíferas e uma piscina para nos refrescarmos nos dias mais quentes!
Tínhamos como vizinhos, parceiros e rivais em queimadas, corrida de carrinho de rolimã,corrida com tábua na rua calçada.
À noitinha, quando não éramos liberados para sentar na calçada com os colegas, por alguma coisa que havíamos aprontado... Nós, irmão e vizinhos, éramos cúmplices... Então pulávamos o portão ... Mas, eu, lá no fundinho acredito que o Pai sabia...  ignorava... e pedia tolerância pra "India"- era assim que Ele chamava nossa Mãe!
E as modas de viola? Cavaquinho... a cantoria era acompanhada por nossa admiração e respeito... Mãe e Pai dueto perfeito!
Ainda posso ouvi-los!

Meu pai diria...

Quando desta eu me for,
Filha,  não chores, por favor!
Recanto no além será meu refúgio,
A cura do meu  sofrimento e da minha dor,
Aqui já não encontro privilégio!



Quando desta eu me for,
Acredite que fui sem pesar,
Pois vossa mãe contigo vai sempre estar!




Muito tive que passar
Pra entender que o amor
Barreiras e fronteiras sempre há de quebrar!
E que as pessoas com quem convivemos
São partes de nós em outro lugar!


Quando desta eu me for,
Acredite que fui sem pesar,
Pois vossa mãe contigo vai sempre estar!

Em fotos, filmes e versos,
deixo um pedaço de mim
Mas não  esqueça-te:
"lembra-te quando olhares,
 mas nunca olhes para lembrar-te!"

Quem nunca?

Quem nunca...
uma flor arrancou,
uma careta exibiu,
um palavrão sussurrou,
um café tomou,
um churrasco desejou,
com a saliva engasgou,
com um cachorro brincou,
uma criança ninou,
uma noite em claro passou,
um brinquedo sem querer quebrou,
outro muito bem cuidou e guardou?
Quem nunca...
raiva sentiu,
a pressão aferiu,
um termômetro conferiu,
um joelho curou,
com um beijo se emocionou,
com um simples sorriso se irradiou,
uma canção assobiou,
uma música cantou,
um ritmo dançou,
um tombo levou,
um sorvete tomou?

Quem nunca...
casa idealizou,
ideias lançou,
amigos abraçou,
em despedidas chorou,
em chegada cumprimentou,
em transporte público andou,
nos olhos de outro olhou,
fotos compartilhou,
conversas só ouviu
e  essas histórias curtiu
e  algumas vezes repetiu?

Quem nunca...
Disse:
-Eu avisei!
_Só hoje!
-Amanhã eu começo!
_Porque sim!
_Não!
 (por mais que doa)
_Eu te amo!
-Que assim seja!
-Quero experimentar!
-Que bom que você veio?

E quando a dor chegar?

E quando a dor chegar sem avisar?
Lembre dela sem lágrimas derramar
Pois há certeza no belo lugar que ela está!
Acalme-se, cara filha! - a mãe acalenta a menina.

Erga a cabeça!
Lembre-se que precisa da leveza!
O peso  vem da tristeza!

E quando a dor chegar sem avisar?
Lembre-se das canções de ninar
Das histórias de infância que ela nunca se cansava de contar
Que se repetia, era pra não se sentir afastar!

Abra os olhos
Abra os ouvidos
Ouça a natureza e esqueça dos gemidos!

E quando a dor chegar sem avisar?
Peça a Deus pra ela iluminar
E a evolução nunca expirar
Ficar em paz e sempre vigiar e orar!


A dor chegou...
A dor partiu.
 E a paz se sentiu!

A quem possa interessar...

Me desfaço de momentos tristes e mordaças

Me desfaço da negatividade e do marasmo

Me desfaço das fraquezas e das fobias

Me desenrolo do pessimismo e ansiedade

Me desenrolo de lembranças ruins

Me desato  de companhias sem afins

Me desato  do caos e da minha zona de conforto

Me  desenlaço dos que se dizem ser meus inimigos

Me desalinho de lembranças dolorosas

Me desalinho de atitudes perigosas

Me desembrulho de constrangimentos

Me desamarro de compromissos e tormentos

Me descosturo de cenários foscos e toscos

Me desfaço... me refaço na alegria da palavra viva

Me desenrolo... me enrolo em momentos particulares e rotineiros

Me desato... ouso atuar em outros espaços

Me desenlaço... formo novos laços

Me desalinho...  e há razão com carinho

Me desembrulho e me aconchego em teu abraço

Me desamarro e me amarro em balão 

Me descosturo e me bordo nos ares... sou coração!

Somos assim, pedaços dela e pedaços de mim!

Ouço vozes, mas ainda não compreendo!

E ela estava ali... desejando realmente se comunicar! Mas, algo, além da vergonha de se expor a impedia.
Era sim, um canal comunicativo que todos já haviam experimentado... mas ela, ainda não...
Se arriscou e todos silenciaram ao ouvir o tilintar das moedas...
Ela respirou esbaforida... e achou ter sido ouvida! Os olhares se voltaram para ela...
Os mais velhos e mais experientes já haviam perdido a capacidade de ouvir além... e diziam ter ouvido um simples  cricrilar ...
Ela ousou mais...Sussurrou palavras que não podiam ser compreendidas...
Nervosa, se sentiu incapaz... respirou, gemeu e "cricrilou"... E os ouvidos  imperfeitos dos ouvintes, não puderam perceber a alegria que ela queria demostrar por saber que este canal estaria sempre aberto à ela! Era apenas uma questão de tempo para que seu ouvinte oficial pudesse entendê-la e atendê-la em sua nova jornada espiritual!
Que nos seja permitido ouvir! Que nos seja permitido compreender!