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Mateus e Mamãe

Mateus e Mamãe
Fase Maravilhosa!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O antídoto

Era tarde, já deveria ter feito isso há muito tempo.
Colocou o frasco dentro de uma sacola, amarrou-a em sua cintura, pegou seu cajado e caminhou até a floresta. 
Foi ali que descobrira a tal essência, que caindo nas mãos de outros, seria o fim dos tempos. 
Na pressa deixou a porta de sua humilde casa aberta.. 
Fazia frio e o calçado de pele, não era o suficiente para aquecer-lhe os pés. Mas isso não importava. 
No caminho lembrou-se dela: quanta beleza, um ser de pureza e magnitude que nunca percebera, até aquela manhã. Ela havia levado seu café na cama, sua veste era composta por um tecido transparente e aquela silhueta incomodou seus olhos. Quis levantar-se e se viu nu... Constrangido pela proximidade, se enrijeceu. A menina se demonstrou uma mulher sedutora. E pelo sorriso que expressou, haviam rompido a distância e quebrado todos os protocolos entre mestre  e aprendiz. A aprendiz carinhosamente sussurrou em seus ouvidos: "- Mestre, realmente existe...É possível... Fomos capazes de desvelar tudo! " 
E seu consciente latejava: "Como fora capaz de envolvê-la nisso! Louco! Inconsequente! Pobrezinha!O que dirá aos "anciãos guardiões"? Dirá que encontrou, que ousou usar o antídoto em proveito próprio?"
Quanto mais corria mais perto ouvia a voz da bela mulher que  o seguia... A floresta não lhe escondia mais,ele estava exposto e havia colocado outro ser a mercê das reprovações de todos. Estava condenado!
E o que todas as gerações posteriores contam é que ele ainda anda pela floresta... Quanto a bela mulher... Roubou-lhe o antídoto e eventualmente o visita no equinócio da primavera... Ambos com as mesmas vestimentas e semblantes sem nenhum traço do tempo que se passou. 
Eu os vi, e confesso que desejei ter vivido com eles este momento mágico e único na vida de um homem e uma mulher! 
Só não me é permitido contar tudo, pode ser que se  tratea de meus ancestrais... 
Fiquem em Paz!

A última visão permitida

Enfim, lá estavam eles. Ambos buscaram, durante a última década, um lugar que representasse a vida que se permitiram viver.O amor não era proibido, não fugiam de nada, nem de ninguém. Apenas queriam se sentir eternos. 

E o lugar era aquele! Um chalé no alto, com vista para o mar. Uma cerca branca que delimitava a fronteira e que representava o perigo, caso não se respeitasse este domínio. O entorno todo arborizado... A vida rodeava o pequeno chalé...
Então seria ali, o lugar onde ambos se eternizariam, levariam dali somente lembranças. E todos que frequentassem aquele lugar se lembrariam deles e de seu amor. 
Ambos frágeis, mais lúcidos em suas recordações.E todas as tardes se enrolavam em suas mantas, sentavam em suas cadeiras na varanda. Se ouviam e ouviam o mar.
Bons tempos vividos... Boas recordações... 
A areia lá embaixo molhava-se devagar e o mar   invadia a praia com sutileza num convite a luxuria. Esta... já não lhes era permitido... A brisa fria deixava as faces ruborizadas, e ambos ousavam um beijo...
"_ Hora de entrarmos , meu velho! E amanhã, se nos for permitido... Aqui estaremos juntos novamente !"
Toda noite era assim... Ele saía de seu trabalho exaustivo e aguardava por ela na porta da academia de dança. Ele sabia como era importante pra ela manter essa disciplina e ela compreendia muito bem a dedicação dele ao trabalho. Ela herdara de sua mãe a graça e leveza na arte da dança. Ele herdara dos  seus, uma montadora que ocupava todo o seu tempo. 
Mas, os dois se conheciam... não precisavam se tocar, não se permitiam falar palavras que desanimassem ou causasse constrangimento um ao outro. Apenas caminhavam lado a lado até a residência dela. Ele de bicicleta...Ela a  pé com suas sapatilhas numa sacola que a mãe fizera desde seus primeiros passos... Ele sujo de graxa e de bermudas.Ela de vestidos e botas de camurça...
Chovia e a neblina molhava a face daquele homem que ela amava...
Exatamente naquela noite ele ousou  convidá-la a tomar um café na esquina da rua onde ambos moravam. 
Ela aceitou dizendo que não poderia se demorar( como se ele não soubesse).
Se deliciaram numa caneca de chocolate quente, e por um instante ela se esqueceu que na manhã seguinte seria sua última apresentação... A idade já não permitia movimentos tão graciosos... apesar da leveza que adquiriu com tantos anos de disciplina. 
Ele também por instantes se deixou levar pelo sorriso e descontração daquela mulher sedutora que sequer conseguia desviar os olhos... Sugou cada palavra, sentiu cada hálito quente do chocolate...
Por fim, ele então tomou coragem e ousou mais uma vez...
"- Quer ser minha namorada?"
Ela sem parecer surpresa, tomou o último gole e sorridente respondeu: "- Pensei que não ouviria isso nunca! É claro que quero!"
E dessa vez ela se tornou mais ousada, até hoje ela se pergunta se foi o chocolate quente...

Ritual de sedução

A noite provocava carícias com a brisa fresca e o luar prateado exalava prazer e desejo. A mesma lua, cheia de luminosidade iluminava um leito de amor.
A nudez máscula despojada em fino lençol quase esculpia  uma de  obra arte. 
A lembrança continha o toque, pois os corpos ainda experimentavam recordações de carícias provocantes... Respirações ofegantes, beijos exploradores, suspiros longos e gemidos sem dor.
Alguém ousa se mexer e os corpos se alcançam novamente.
Com avidez ambos se apossam  dos lábios com beijos doces e exigentes. 
Incontrolável sensação de se terem, de se buscarem, de se possuírem... Hálito quente, coxas firmes, mãos fortes, corpos rígidos...
Se amam novamente... Prazer...suor...ritual... fascinação... 
Brincadeiras com os corpos, palavras que perturbam os sentidos e NADA MAIS TEM SENTIDO!!! Perigosamente se atinge o orgasmo...
A noite finda e uma luz dourada acaricia os corpos e envolve o leito com seu calor... 

Tudo tão pequeno - texto de 1985

Encontrei você assim de bobeira.
Olhares e um contato. Beijo... Promessas e paixão!
Caminhamos pela praia e nos estendemos na morna areia. 
A noite foi chegando e deu para perceber as primeiras estrelas no céu, entre elas ,VOCÊ!
O mundo era pequeno e nós dois fomos nos tornando muito grandes...
Nunca poderia imaginar que a rotina sufocaria a paixão transformando-a em ódio.
Ódio de não termos espaço, falta de domínio e fronteiras, particularidades... nos misturamos e nos tornamos um só... matando em nós , cada um de nossos "seres" 
Tudo tão pequeno e nós muito grandes!
ENFIM, encontrei você de bobeira mesmo!
[garotinha atrevida... rsssssssssssss]

A família e a rotina - escrito em 1985 - releitura 2012.

Aqui, olhando pela janela, vejo nossas crianças brincando no jardim.
Jogam bola, brincam de boneca, gritam, correm...
Você chega com um buquê  de flores e acena carinhosamente para mim. 
As crianças abraçam e beijam você e eu fico doida para sentir você.
Você sobe as escadas assobiando nossa canção. Tira o paletó e vem ao meu encontro.
Saio da janela e sinto seus lábios e seus braços carinhosos.
Ao me entregar o buquê, você sussurra palavras de amor em meus ouvidos e eu repito docemente e outra vez nos beijamos.
A criança caçula chora e nos acorda do mundo mágico. Olhamos para ela e você pega a boneca com a perna quebrada. Você pega a criança no colo, arruma seu brinquedo. A criança recebe de nós um beijinho e volta ao jardim.
Você me olha maliciosamente e vai até o banheiro.
Anoitece. Recolho minhas "sementinhas" no jardim e as coloco para dormir.
Me penteio em frente o espelho e posso ver seu olhar e seu sorriso.
Me deito ao seu lado e nos abraçamos afetuosamente.
Em seu  beijo ardente e exigente me abandono...
Quando estamos no mais intenso amor... Um gemido se houve...A criança caçula quer água... Ouço choro vindo do quarto ao lado...
Amanhece. Estou na janela acenando para você ... e as crianças estão no jardim...
ENFIM, MAIS UM DIA DE AMOR!!!

Asfalto I - ainda compondo em 1985.

Os casais que atravessam o asfalto,
meu pensamento só.
Se beijam e caminham,
meu pensamento vai só.
Ouço o cantar dos pássaros, 
mas não cantam pra mim.
Cantam pra vocês que caminham
lado a lado nesse asfalto.
Solto um grito no espaço
se acaso ouvires vem pra mim!
Vamos beijar e caminhar
nesse asfalto ao luar...
Lágrimas caem do céu
numa noite de solidão
minhas lágrimas e eu só!


[se acaso ouvires... esqueça, estamos em 2012...rssss]

Cantiga por la Josehp - 1985 brincando de compositora!

Estou aqui, dedilhando um violão
compondo algo estranho e compreensivo
parece que componho você
Cada toque te sinto e te vejo
cada nota me diz alguma coisa:
Dó, que dor aqui no coração
Por que você  partiu?
Ré, se você retornar
Prometo recomeçar.
Mi, me faça feliz novamente!
Fá, falando sério,
Precisávamos da separação.
Sol, iluminados pela luz de Deus,
saberemos o que fazer.
Lá, aonde for, onde estiver
descobriremos o AMOR!
Si, se você não quiser me acompanhar...
- Será o FIM!
Dó, começa tudo, a esperança em um amor!
rssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

Tortura ou tormento

Ela sentia um vazio dentro de si. Olhou-se no espelho e viu uma imagem triste e sombria.
A noite não tinha graça, as estrelas não tinham o mesmo brilho... Sentia saudades dos beijos, do hálito embriagador, do carinho e da voz rouca de paixão em seu ouvido.
Virou-se e viu o copo que aguarda,como seu corpo, a boca de seu amado ...
Pegou o telefone e discou o número. A porta chamou... Antes de atender, se olhou no espelho e a imagem que viu sorria como se sentisse a presença dele, seu amado.
Correu ao encontro da porta. Abriu! - "Oh! Que bom amor, eu precisava de você!"
Ele, o amado, a beija e pega o copo que brilha com um líquido vermelho dentro... Ele suga tudo com prazer... Vai ao encontro dela... devagar...devagar... sem pressa...
Ela enlouquece só com o olhar... O sangue ferve, o pulso dispara.
Ele a envolve em seus braços e murmura palavras ... 
Ela nem sabe o que ele diz, mas se sente amada!
Eles deleitam e sem perceber o copo cai se espatifando no chão. O ruído quebra o ritual... E ela... acorda e percebe que está só. Olha no aparador junto à porta e encontra a foto dele... Ele acompanhou todo o momento de tortura e tormento...
Ela rasga a foto. Se arrepende. Chora. Colhe todos os pedaços... 
A porta se abre...
 Ele entra...
Ela na incerteza do que era real, acaba se cortando nos cacos do copo no chão...
Ele a abraça, a envolve... acolhe seu ferimento e a beija como se quisesse sugar todo sofrimento, toda dor.
"- Oh! Que bom amor, eu precisava de você!"

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eu, em momentos distintos da vida

 Acordar e ver que a idade se foi, as folhas se foram...
 Acordar e perceber que as flores  se foram...






Acordar e perceber que apesar da ausência das flores, das folhas, o tronco restou e dele irão brotar novas folhagens e flores... É a maturidade que chegou!!!! E o melhor disto é que estou pronta!!!!

Minha razão de viver


Como o Doca diz: "Família, tudo de BOM!"

Estava devendo esta publicação!
 A família cresceu e 
tive que atualizar a tela!!!rsss
Amo TODOS VOCÊS!
Beijocas da filha, 
da irmã,
 da tia, 
da madrinha,
 da cunhada...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Gato no meu telhado

Tem um gato que ronda meu telhado...


Mas não é um "Gato azul", 








nem um "Gato Vermelho "


É simplesmente um Gato branco...
brinca com as bolinhas de meia que fiz pro Mateus... 
Espalha coisas que acredita ser brinquedo pra ele...
Ousado... Peludo... Intruso...
Hummmmm, gato levado!


Existe uma fera dentro de mim

Existe uma fera dentro de mim 

que quer ser domada. 

Existe uma fera dentro de mim  

que deseja muito ser tratada.

Existe uma fera que não é mansa nem pura, 

mas que se expande a loucura

 de simplesmente ser quem é 

sem constrangimento

 sem fingimento 

sem sofrimento sem descontentamento, 

pois o prazer 

envolve um viver

 sem julgamento...

Juízes ou não... Eu sou uma FERA!!!
"Eu sou uma fera de pele macia, cuidado garoto, eu sou perigosa!!!" Rsssss...
Só pra descontrair!


Cada um tece sua HISTÓRIA.

Mateus, aqui na foto atrás da teia e com sua cartola brinca com situações da "fantasia" da qual eu ainda posso compartilhar!!!
Como é importante o  registro de nossa história... 
Esta semana, Mateus fazia seu livrinho sobre a história de sua vida e combinamos que usaríamos uma folha para cada ano vivido... Mas o espaço era pouco e as datas marcantes eram muitas... Mas, parece que conseguimos organizar legal!
Percebi então , como meu filho cresceu e agradeci a Deus de poder estar tão junto dele me deliciando desta convivência!!!
As imagens falam mais que muitas palavras...
Cada imagem , cada palavra, cada suspiro na hora de
 "ver para recordar" 
era fascinante!
A teia histórica de nossas vidas só se embaraçam se a gente quiser...
A teia histórica de nossas vidas se entrelaçam sem que a gente planeje ou queira...
Parece que a "ARANHA" gigante da sociabilidade é responsável por isso... Essa necessidade de termos tantos "braços e pernas" para abraçarmos e alcançarmos o infinito com nossos "cativados" e "entrelaçados"...
AMO estar entrelaçada...
AMO ser e estar cativada por todos vocês!!!!
Bjs ....