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Mateus e Mamãe

Mateus e Mamãe
Fase Maravilhosa!

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Rap da professora na pandemia



Ninguém nos avisou
Ninguém sequer imaginou
o caos, o virus
 e todo o mundo parou
parou de se abraçar
de passear
mas não de se amar
as mãos cuidado básico
a máscara mascarando 
a face sem sorriso
mas as rugas de preocupação 
ficaram expostas
o mundo aloprou
que na falta de movimento
trouxe um silêncio
Não era o silêncio pedido
era um silêncio imposto.
Era um silêncio diferente…
Um silêncio que calava gente
Um silêncio consciente
mas, cidadão!
Um Silêncio perceptível!
Um silêncio provocante
de decisão:
a saúde em primeiro lugar, meu irmão!
A rotina da vida mudou!
Eu de pijama
Eu na cama 
e celular na mão
ouço, vejo e me informo
me preocupo com a informação
também com a formação…
Sou professora aprendendo a lição:
educação à  distância é 
 uma nova  prática em construção
A escola agora é espaço virtual,meu irmão
sala de aula numa tela igual
 aquela
que a gente assiste novela
e se comunica, se liga e fala com ela
da nova "era"...
A preocupação agora é outra:
diminuir a distância 
e alcançar aquele  aluno 
na sua casa, na sua região
que não consegue fazer uma ligação
nem celular tem na mão!



Novos tempos chegaram


Novos tempos chegaram. Ninguém fora antecipadamente informado sobre a pandemia que pararia o planeta. E eu, como milhares de habitantes, fui forçada a parar. Parei de trabalhar, parei de passear, parei de abraçar, parei de transitar entre tantos outros, que também o fizeram. A primeira coisa que me veio à cabeça foi aquela brincadeira ”STOP”. E me vi esperando o novo comando que sequer saberia de onde viria! E eu, como milhares de habitantes, me vi acompanhada de meu filho, em meu lar!
Inicialmente tive a sensação de medo e insegurança e disse a mim mesma “Andréia, você é a adulto aqui, mantenha a cabeça fria e faça o que o momento exige!” Sentei-me com meu filho e percebi que a gente tinha muito pra conversar. Arrumei os livros no armário e vi que muitos sequer havia lido! Arrumei as gavetas e separei as roupas que nem deveriam estar ali! Fui até a cozinha, liguei o celular na “playlist” e deixei rolar. Fiquei surpresa em saber cantarolar as melodias tocadas. Aquilo afetou meu paladar… foi como se estivesse saboreando aquela refeição pela primeira vez! Sentei-me na sala e ao ligar a TV, percebi que as séries não estavam terminadas… Coloquei tudo em dia! Amei ter o momento do cinema! E eu, como milhares de habitantes do planeta, me vi, com tempo de me curtir e curtir tudo!
Fui percebendo, aos pouquinhos, que a “curtição” do cotidiano tinha uma ressignificação que descortinava novos tempos! E eu, como milhares de habitantes, atendi ao comando: “Respire, curta e não pire!”
Nas primeiras semanas de “isolamento”, ‘distanciamento”. ‘recolhimento” (foram tantos os termos usados) aquietei-me e pude sentir o meu pulsar, a minha respiração, a respiração do meu filho, os sons dos gatinhos que moram no andar de cima, o som do apartamento ao lado ( acredito que o casal de idosos se sentiram mais seguros no espaço rural). Passei a mão no celular e conversei com meus familiares no “whatsApp”, atualizei-me do cotidiano de meus amigos no “facebook”, revisitei meu blog, assisti “lives”, dancei com meu filhote , cantei no “Smule. E eu, como milhares de habitantes procurei acalentar meus anseios e angústias.
Novos tempos chegaram exigindo de mim uma desconstrução de um passado recente… E eu, como milhares de habitantes do planeta, preciso me “conectar com o novo” ressignificando minhas práticas, meu caminhar! E finalizo com palavra de Thiago de Mello , Não tenho caminho novo/ o que tenho de novo é o jeito de caminhar./ Mas com a dor dos deserdados/ e o sonho escuro da criança que dorme com fome/ aprendi que o mundo não é só meu./ Mas sobretudo aprendi/ que na verdade o que importa/ antes que a vida apodreça/ é trabalhar na mudança do que é preciso mudar/ cada um na sua vez/ cada qual no seu lugar”