Estar tão perto da história é fantástico!
As lentes da máquina ainda aguçam mais os detalhes que escapam aos sentidos ansiosos e cansados por descobertas...
A luz que atravessa a vidraça acalenta um corpo que repousa cansado...
O sol já havia se escondido...
Então que luz era aquela que alcançara meu corpo?
Era quase penumbra quando ousei por ela olhar...
O cansaço me deixou frágil, mas a soleira ainda aguentava o peso que a saudade deixara.
Os campos haviam sido cerrados, o cheiro do mato cortado me adoçava o paladar!
O silêncio vindo do interior da casa condenava as crianças à perda do magnífico espetáculo visto da minha janela...
Afastaram-nas de mim... talvez pela doença que me consumia...
Mas...que luz é essa que me agracia com sua beleza e calor e adoça meu paladar e enche meus olhos de lágrimas?
Por um momento me esqueci da dor e interpretei a velha ópera... peça que hoje já não podia mais tocar... Solfejei...
me esgotei... Mas minha voz me adoçou o paladar, encheu meus olhos de lágrimas e minha garganta de ânsia...
A luz aumentou e por um breve instante, me senti jovem... com forças nas pernas e quis dançar!
Olhei-me na vidraça e percebi meus cabelos brancos...
Meu cansaço embaçou ... as vistas...adoçou meu paladar, encheu meus olhos de lágrimas, minha garganta de ânsia e fez meu coração parar...
Só por um instante...
porque a luz veio me buscar!
Termino este texto com lágrimas nos olhos... um sentimento que é fácil de se explicar... Poucos podem perceber a luz que permeia o entorno de todos nós! Sei lá... Coisas de Déia!
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